SÃO PAULO - O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Pichetti, disse nesta segunda-feira que "(o setor de) serviços é o nome da trajetória de inflação no Brasil". O setor acumula alta de 15,16% nos últimos 12 meses até novembro. "Só durante o ano de 2007 (esse valor) ficou abaixo de 10%. Desde então, está acima, e, mais recentemente, em torno de 15%", afirmou. Pichetti explicou que isso está ocorrendo por causa do mercado de trabalho aquecido. "Por um lado, há um aumento do grau de formalização (do emprego) e, por outro, uma massa de consumidores muito grande", ponderou. Para Pichetti, a tendência é de que a alta em serviços continue. "Esta é tradicionalmente uma época de alta", disse, referindo-se ao final do ano. Nesta segunda-feira, a FGV divulgou que o IPC-S de novembro ficou em 0,45% ante 0,48% em outubro. Na passagem da terceira para a quarta quadrissemana de novembro, o IPC-S passou de 0,38% para 0,45%. Cinco das oito classes de despesa que compõem o índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Reajuste do cigarro vai pressionar inflação Picchetti disse ainda que o recente reajuste no preço de algumas marcas de cigarros, que já acumulam alta de 20,95% em 2012, deve contribuir ainda mais para o aumento da inflação, embora não tenha arriscado uma estimativa. O item cigarro passou de estabilidade para alta de 0,60% da terceira para a quarta quadrissemana de novembro. "Provavelmente vai subir mais, porém temos de esperar qual vai ser o repasse das fabricantes." Desde o dia 25, o consumidor de várias partes do País está pagando mais caro na hora de comprar cigarros de algumas marcas da Souza Cruz. Segundo a empresa, o reajuste médio foi de 16% e atingiu 20 Estados. Segundo cálculos feitos por analistas a pedido da Agência Estado, o aumento deverá ter um impacto de até 0,04 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Renan Carreira Da Agência Estado
Bruno Lima da Planefisco, Em São Paulo (SP)